Entrevista Porto de Portimão - Parte III
O "Porto Cruzeiros" apresenta a terceira
parte da entrevista realizada junto do Porto de Portimão, cujas respostas são
da autoria do Dr. Luís Monteiro – Promoção do Porto de Portimão.
O "Porto Cruzeiros" agradece a colaboração
do Dr. Luís Monteiro e do Dr. José Pedro Silva Soares (Portimão Urbis).
Porto Cruzeiros (PC): Para que o Porto de Portimão
possa crescer, ainda mais, quais as principais intervenções necessárias?
Dr. Luís Monteiro (LM): O
Rio Arade apresenta atualmente condições fisiográficas que condicionam o acesso
dos navios ao terminal de passageiros pelo seu calado e comprimento. Os fundos
insuficientes a -8 m ZH, a exiguidade da largura útil entre molhes e do canal
com 150 m, a existência de curvas obrigando a guinadas de 30º, o
subaproveitamento do plano de água em frente ao terminal com uma bacia de
manobra de apenas 300 m de diâmetro ao invés dos 500 m possíveis, são fatores
que concorrem para que as dimensões dos navios atracados estejam limitadas a
pouco mais de 200 m de comprimento e a 8 m de calado, pelo que urge melhorar as
acessibilidades. Se analisarmos a frota das 10 companhias de cruzeiros com
maior quota de mercado em termos de passageiros, verifica-se que dos 140 navios
ao serviço destas companhias, apenas 9 têm um comprimento inferior aos 215 m,
sendo que 101 navios têm um comprimento entre os 215 m e os 300 m. Neste
sentido, urge levar a cabo um conjunto de projetos estruturantes, nomeadamente,
o prolongamento do cais de acostagem, dragagem de estabelecimento de fundos a
10 m na barra, no canal de navegação e bacia de manobra, a reconfiguração dos
molhes, a requalificação do Terminal de Passageiros e a aquisição de um
rebocador multifuncional de apoio às operações em porto e segurança na costa
algarvia.
PC: Quais as previsões, relativamente ao
desenvolvimento do turismo de cruzeiros em Portimão, nos próximos cinco anos?
LM: O
desenvolvimento do turismo de cruzeiros em Portimão depende da realização dos
investimentos necessários ao crescimento do número de escalas no porto. A
manterem-se as limitações na acessibilidade ao porto, estimamos que haja uma estabilização
dos valores atuais, quer em número de escalas, quer em número de passageiros. Naturalmente
que o desejo é que o Porto de Portimão se desenvolva e contribua para aumentar os
fluxos económicos na região e criar mais emprego, principalmente, tendo em
conta que o número de passageiros internacionais cresceu 108% entre 2001 e 2011,
de 9.91 milhões para os 20.60 milhões,
com perspectivas de incremento em 2012, apesar do contexto económico
desfavorável. Se considerarmos que no período entre 2012 e 2016, está
prevista a entrega de 24 novos navios de cruzeiros com uma capacidade total de
67.325 passageiros e que 13 destes navios, com uma capacidade total para 30.375
passageiros, serão direcionados para o mercado emissor europeu, bem como a
procura de novos destinos e diversificação de portos que as companhias de
cruzeiros estão a levar a cabo, apercebemo-nos que o potencial de crescimento
do Porto de Portimão, localizado estrategicamente à entrada do Mediterrâneo, é
considerável. Neste contexto de crescimento e diversificação do setor de
cruzeiros, logo que os investimentos anteriormente referidos venham a ser
realizados, estaremos a alargar o mercado potencial do porto, criando condições
para que os navios de maior porte possam fazer escala em Portimão, pelo que
estamos convictos que os números de passageiros e de escalas irão aumentar
exponencialmente.
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