A indústria dos cruzeiros marítimos: do transporte de passageiros ao cruzeiro como férias

Segundo Cunha (2007), o barco foi durante muito tempo o meio privilegiado, e quase exclusivo, no que concerne ao transporte intercontinental. No entanto, nos últimos tempos, o paradigma de utilização deste meio de transporte tem vindo a alterar-se, sendo hoje em dia utilizado praticamente apenas como produto turístico e não como meio de transporte.
Segundo Edmunds e Lomine (2007), conceptualmente um cruzeiro incorpora três elementos do turismo: acomodação, transporte e entretenimento, tudo combinado num navio.
Dickinson e Vladimir (2008) salientam que o navio já foi utilizado unicamente como meio de transporte, sendo o melhor e muitas vezes o único disponível. Estes autores apresentam uma evolução do navio a vapor enquanto transporte até ao cruzeiro como forma de fazer férias, referindo um momento crucial no que se relaciona com a travessia de passageiros a nível transatlântico, lembrando Samuel Cunard que em 1840 inaugurou uma linha regular de transporte de correio e passageiros entre a Inglaterra e a América do Norte. Com a criação desta linha regular deu-se a formação da “British and North American Royal Mail Steam Packet Company”, que mais tarde adquiriu o nome do seu fundador “Cunard Line”.
O que começou como uma forma de transportar passageiros entre um destino e outro, onde o cuidado e atenção com o passageiro não eram tão importantes como outros fatores como a segurança e rapidez, evoluiu para uma nova indústria.
Esta nova indústria – a indústria dos cruzeiros marítimos – evolui de tal forma que há quem considere os atuais navios de cruzeiro como verdadeiros “Resorts flutuantes” ou mesmo “Destinos turísticos” em si mesmo. O conforto, ofertas e serviços a bordo evoluíram juntamente com a indústria numa política de proporcionar aos turistas de cruzeiros uma experiência relaxante, única e que apresenta uma das mais elevadas taxas de satisfação no sector turístico. Realizar um cruzeiro permite ao turista desfazer as malas uma única vez e conhecer uma série de diferentes destinos que aumentam de acordo com a duração do cruzeiro.
De referir que foi lançada, no final de 2010, no mercado Português a primeira revista Nacional dedicada exclusivamente ao turismo de cruzeiros (www.revistacruzeiros.com), assim como, um magazine semanal de televisão “Cruzeiros”, exibido desde Abril de 2011 na SIC Notícias, SIC Internacional e SIC online, da autoria de “Global Sea Produções”. Ambas as produções são sinais da receptividade e interesse do público Português relativamente a este tipo de férias.

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