Avaliação da fidelização de um turista de cruzeiro com o destino

Segundo o “Inquérito a Passageiros Internacionais de Cruzeiros”, promovido pelo Observatório de Turismo de Lisboa e a Administração do Porto de Lisboa, realizado no ano de 2010, 5% dos inquiridos pretende regressar a Lisboa em cruzeiros e 6,6% pretende regressar com recurso a outro tipo de viagens turísticas. Com base no estudo referido 98,6% dos entrevistados recomendam Lisboa como ponto de escala de um cruzeiro e o mesmo número recomenda Lisboa como destino turístico.
Gabe et al (2006) referem que 33,4% dos inquiridos no seu estudo (886 questionários), pretendiam regressar a Bar Harbor (Estados Unidos) nos próximos dois anos. Dos inquiridos 74,3% estava a visitar Bar Harbor pela primeira vez e desses 31,7% pretendia regressar, comparativamente a estes 38,3% dos turistas de cruzeiros inquiridos que já tinham visitado a região, afirmaram que pretendiam regressar. Dos 71 respondentes que já tinham estado em Bar Harbor em mais do que duas vezes, 54,3% pretendiam regressar novamente. Os autores referem os resultados obtidos por Moutinho e Trimble (1991), que concluíram que turistas que já tenham visitado um determinado destino têm mais probabilidade de expressar a sua intenção de regressar ao local, comparativamente com turistas que estejam a visitar um destino pela primeira vez.
A duração de uma escala de um navio de cruzeiro num determinado destino tem impacto na decisão de um turista regressar ou não a esse destino. Em termos médios, por cada minuto a mais que cada turista passe em Bar Harbor ocorre um aumento de 0,0005 na probabilidade de regressar, o que quer dizer que, por exemplo, mais uma hora de duração de uma escala aumenta em 2,86% a probabilidade de um turista regressar (Gabe et al, 2006).
Já a idade do turista representa um efeito negativo na probabilidade de regressar ao local. Em termos médios por cada ano de idade adicional a probabilidade de voltar a Bar Harbor diminui em 0,37% (Gabe et al, 2006). O estudo destes autores concluiu ainda que o rendimento familiar dos inquiridos não é relevante na decisão de regressar a Bar Harbor, sendo que pelo contrário a distância entre o país de residência do inquirido e Bar Harbor tem um efeito negativo na probabilidade de regressar.
Carolina e Pau (2010), realizaram um estudo sobre a possibilidade dos turistas de cruzeiros visitarem novamente Curaçao (Caraíbas), tendo concluído:
- o número de horas passados em Curaçao tem um impacto positivo na probabilidade de um turista de cruzeiro regressar;
- os restaurantes e bares da região funcionam como boas ferramentas de marketing da ilha;
- estar empregado é um factor fundamental para que um turista de cruzeiro regresse para passar férias em Curaçao;
- turistas de cruzeiros recorrentes têm mais probabilidade de regressar como turista à ilha;
- os turistas de cruzeiros que recebam informações em terra têm mais probabilidade de regressar;
- a probabilidade de turistas de cruzeiros com altos rendimentos regressarem é mais reduzida;
- os turistas de cruzeiros com mais habilitações literárias têm menos probabilidade de regressar.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Porto de Leixões bate recorde de turistas de cruzeiras num único dia

Portos de escala e portos turnaround